domingo, 30 de dezembro de 2012

Feliz 2013


É preciso saber viver!

Quem espera que a vida seja feita de ilusões
Pode até ficar maluco ou morrer de solidão
É preciso ter cuidado para mais tarde não sofrer
É preciso saber viver
Toda pedra no caminho você pode que retirar
Numa flor que tem espinhos você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem você pode escolher
É preciso saber viver!

*****                            *****                           *****


Que este ano que se inicia seja repleto de realizações, vitórias, sucesso! Saiba que tudo isso já é seu ou sua a partir do momento que você deseja e quer com toda a sua força, toda a sua vontade. Jesus Cristo deve estar na frente, ao lado e dentro de você, assim, todo o obstáculo que surgirem serão facilmente ultrapassados.
Aproprie-se do que já é seu de direito e fato; seja feliz em Jesus e com a benção da mãe de todos: Nossa Senhora, a Maria, mãe de Jesus!






Cícera Maria

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

CÂNCER DE PELE


ENTREVISTA

CÂNCER DE PELE

Ivan de Oliveira Santos é médico, especialista no tratamento de tumores de pele e professor de cirurgia na Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo.
Hoje, é raro encontrar quem não saiba que a exposição excessiva aos raios solares aumenta, e muito, a incidência de câncer de pele especialmente nos indivíduos de pele muito clara. O problema é que tomar sol provoca uma sensação bastante agradável.  A pele bronzeada adquire uma aparência teoricamente mais saudável e as pessoas se sentem mais bonitas e atraentes.
No entanto, são cumulativos os danos na pele causados pelo sol. Com o passar da idade, quanto mais frequente e duradoura tiver sido a exposição, maior a possibilidade de ocorrerem manchas e tumores malignos.
Apesar de esse fato ser conhecido praticamente por todos, é muito difícil uma pessoa convencer-se de que uma mudança de comportamento é fundamental. Praias, piscinas e represas sempre atulhadas de gente nos horários em que o sol pode provocar lesões importantes na pele são provas irrefutáveis de que esse tipo de informação não é levado muito a sério.

PERIGOS DA EXPOSIÇÃO AO SOL

 

Drauzio – O que revelou o estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo avaliando o conhecimento das pessoas em relação aos malefícios causados pelo excesso de sol?
Ivan de Oliveira Santos – Esse estudo revelou resultados bastante interessantes. Durante uma das campanhas promovidas pela universidade, fizemos uma enquete com a colaboração de alunos e residentes para verificar o que as pessoas sabiam a respeito dos danos causados pela exposição excessiva ao sol. Para tanto, entrevistamos um número grande e diversificado de indivíduos e chegamos à seguinte conclusão: 70% a 80% dos entrevistados sabiam que o sol pode causar câncer de pele e envelhecimento precoce especialmente nas pessoas de pele clara. Apesar disso, essas pessoas admitiam que, no verão seguinte, gostariam de tomar sol, porque se achavam mais bonitas quando bronzeadas. É interessante essa contradição. Entre dominar racionalmente a informação e mudar de hábitos, vai uma distância imensa.
Drauzio – Todo mundo sabe que no início da manhã e no final da tarde o sol traz menos prejuízos para pele o que não acontece nos outros horários. Como se explica essa diferença?
Ivan de Oliveira Santos – Das dez horas da manhã até as três ou quatro horas da tarde, há prevalência dos raios ultravioleta do tipo B. Embora o comprimento de onda desses raios não seja tão longo quanto o do tipo A, eles são mais cancerígenos e provocam mais alterações na pele, entre elas o carcinoma espinocelular.
Sempre se acreditou que os raios ultravioleta do tipo A, que incidem no restante do dia, fossem menos maléficos, apesar de provocarem o envelhecimento precoce da pele por serem mais profundos. Ultimamente, porém, uma série de trabalhos sobre o assunto está relacionando esse tipo de raios à incidência de melanoma, entre todos o mais perigoso dos tumores, pois pode levar o indivíduo ao óbito. O basocelular e o espinocelular são carcinomas mais facilmente curáveis, embora, algumas vezes, provoquem deformidades. O melanoma, no entanto, tem maior capacidade de desenvolver metástases, popularmente chamadas de raízes, e de comprometer o funcionamento de outros órgãos. Por isso, pessoas de pele clara, principalmente, devem saber tomar sol.
Drauzio – O que é saber tomar sol?
Ivan de Oliveira Santos – Como regra básica, todos podem e devem tomar sol, mas para cada um existe um limite tolerável de exposição que deve ser respeitado. A pessoa pode identificar seu limite, observando o eritema, ou seja, o vermelhidão ardido que se forma na pele e que incomoda à noite. Há pessoas com pele muito sensível que vão à praia, por exemplo, e nunca conseguem ficar morenas. Essas, infelizmente, não podem tomar muito sol, porque não foram preparadas pela natureza para morar em países tropicais como o Brasil ou a Austrália, onde o sol é intenso. Já uma pessoa com pele que chamamos do tipo 3, a que vai à praia e logo consegue ficar moreninha, não tem tanto problema, porque essa coloração funciona como um filtro solar que a natureza lhe deu, aliás, o melhor filtro solar que existe, pois protege bastante contra os raios ultravioleta do sol.

POS DE PELE E REAÇÃO AO SOL
Drauzio – Vamos estabelecer como reagem ao sol os diferentes tipos de pele, do mais claro ao mais escuro?(imagem1)   
Ivan de Oliveira Santos – Pessoas de pele clara como a retratada na foto II têm dificuldade para produzir o pigmento de melanina. A ruiva que aparece na foto I não fabrica eumelanina. Os ruivos têm um pigmento que se chama felmelanina, muito encontrado nos escoceses e irlandeses e com capacidade menor de defendê-los dos raios ultravioleta do sol. Por isso, esse tipo de pele é mais sensível até mesmo que a dos loiros, mas menos sensível do que a dos albinos que nunca ficam bronzeados. As fotos III e IV registram um tipo de pele com maior capacidade de defesa. Tomando um pouco de sol, essas pessoas praticamente não ficam vermelhas e, já no dia seguinte, estão moreninhas. Elas possuem uma defesa natural contra os raios ultravioleta e não precisam preocupar-se tanto, embora tenham que tomar cuidado, porque o sol envelhece a pele e não afasta a possibilidade de provocar um câncer.

Drauzio – Do ponto de vista da resistência ao sol, a pele negra (foto V) é a ideal, você não acha?
Ivan de Oliveira Santos – É a campeã. É raro encontrar um câncer de pele nos negros. Quando o problema aparece, principalmente o melanoma, ocorre na região plantar e na palma da mão, superfícies despigmentadas, onde não existe defesa. Nesses casos, a doença talvez se manifeste por causa do atrito a que essas áreas estão expostas. (tem imagem do pé)
Drauzio – Sempre digo que a pele negra é uma pele superior. Se alguma espécie de preconceito se justificasse, deveria ser da negra contra a pele branca.
Ivan de Oliveira Santos – Os negros são muito mais preparados para viver num país tropical como o nosso do que os brancos.
CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO PROTETOR SOLAR
Drauzio – Que critério as pessoas devem adotar para escolher o fator de proteção solar dos protetores encontrados no mercado?
Ivan de Oliveira Santos – Para pessoas de pele normal sem casos de câncer de pele na família e que nunca tenham manifestado o problema, o fator de proteção solar número 15 é o que representa melhor custo-benefício, porque consegue oferecer 94% de proteção contra os raios ultravioleta do tipo B. Além disso, os produtos mais modernos protegem não só contra o UVB (ultravioleta do tipo B) como também contra o UVA (ultravioleta do tipo A), uma vez que a tendência atual é creditar uma serie de lesões, incluindo o melanoma e o envelhecimento precoce, à ação dos raios UVA.
Em relação ao custo-benefício, portanto, protetor solar fator 15 é o indicado, porque garante 94% de proteção. Se a pessoa usar o fator 33, aumentará esse índice para 97%, o que não representa uma diferença significativa.
Drauzio – As pessoas acham que se usarem o fator 60, por exemplo, estarão mais protegidas. Isso é verdade?
Ivan de Oliveira Santos – Atingir 100% de proteção é impossível nem vale a pena. É preciso tomar um pouco de sol para estimular a pele. O contraproducente é a pessoa ficar trancada no escritório o ano inteiro e, sem proteção alguma, querer bronzear-se de uma hora para outra. Além de estragar suas férias, vai provocar o envelhecimento da pele e o aparecimento de lesões.
Minha advertência é sempre a mesma: pode ficar moreno, o que não pode é ficar vermelho. Se a pessoa consegue bronzear-se mesmo sem o protetor solar é porque tem a pele adaptada para receber os raios solares. As outras precisam ficar atentas e o protetor fator 15 pode ajudá-las a defender-se dos danos causados pelo sol.
Drauzio – Para as crianças, vale a mesma indicação?
Ivan de Oliveira Santos – Vale também para as crianças. Muitas vezes, o problema não está no fator de proteção, está no saber passar o produto. Não basta aplicá-lo uma única vez antes de ir tomar sol. É preciso repetir a operação pelo menos a cada duas horas, porque 50% do efeito desaparecem com o tempo. Especialmente se a pessoa entrou na água ou suou muito deve refazer a aplicação. Às vezes, ela acha que, passando um protetor fator 60 pela manhã, estará protegida o dia todo, o que é um engano. Se estiver na praia, então, precisa repetir a aplicação com frequência para garantir o efeito desejado.
FERIDAS QUE NÃO CICATRIZAM
Drauzio – Vamos falar sobre as feridas que não cicatrizam (Imagem 12) e que são os primeiros sinais de câncer de pele.
Ivan de Oliveira Santos – Essas feridas que não cicatrizam, os carcinomas, são tumores ligados mais ao sol e aparecem predominantemente em áreas expostas, como a face e o dorso das mãos.  Surgem sem causa aparente, primeiro sob a forma de uma pequena mancha avermelhada e, depois, de um nódulo que apresenta uma umbilicação central ou fica um pouco ulcerado. É uma ferida que começa a crescer e não responde ao uso de pomadas cicatrizantes normalmente colocados no local.
Outro indício importante é que ela não dói – “Puxa, doutor, não vi antes porque não doía.” – é o que se ouve com freqüência. O tumor de pele só vai doer quando estiver comprimindo outra estrutura, porque ele não tem enervação. Aliás, todos os cânceres são assim: só doem quando comprimem outras estruturas.
Em geral, esses carcinomas de pele aparecem sem causa aparente em pessoas de pele muito clara e que tomaram bastante sol.
Drauzio – E o que dizer dessas feridinhas que costumam aparecer no local em que os óculos se apoiam no nariz? (figura 11)
Ivan de Oliveira Santos – É muito comum ligar essas feridas no nariz aos óculos, porque geralmente elas aparecem em pessoas de certa idade que precisam deles para enxergar melhor. Essas feridas não doem, mas representam o tipo mais frequente de câncer de pele que se encontra na clínica.
Os óculos não são, porém, a causa de sua incidência. O nariz é o local mais exposto ao sol ao longo da vida e o fator cumulativo dessa exposição pesa muito nesse caso. Por isso, se aparecer uma feridinha no nariz que não cicatriza em um mês ou dois, é indispensável procurar um médico num posto de saúde ou numa clínica para avaliação. Na grande maioria das situações, ela não significa nada importante, mas medidas de prevenção devem ser tomadas.
MELANOMA: TUMOR MALIGNO
Drauzio – Em geral, o melanoma maligno é um tumor que aparece sobre pintas já existentes e apresenta alguns sinais importantes. Quais são eles?
Ivan de Oliveira Santos – Na imagem 2, aparece uma lesão pigmentada característica que exige, pelo menos, uma biópsia. Chama a atenção sua assimetria, ou seja, se cortarmos a lesão no meio, uma metade não vai se sobrepor sobre a outra horizontal e verticalmente. Outra característica importante são as bordas irregulares, semelhantes ao desenho do litoral num mapa geográfico. Não se trata de uma lesão redondinha, própria das lesões benignas. A terceira característica está na multiplicidade de cores. Há partes róseas, outras mais escuras, outras negras, marrons, cor de bronze e alaranjadas. Por fim, chama a atenção o diâmetro maior do que 6mm, uma medida que corresponde ao tamanho do fundo de um lápis.
Portanto, a regrinha básica para reconhecer um melanoma maligno e a do ABCD: A de assimetria, B de bordas irregulares, C de cor e D de diâmetro. Se a pessoa tiver uma pinta com três dessas características, deve procurar imediatamente um médico.
Drauzio – Na imagem 3, quais são as características que devem ser notadas? 
Ivan de Oliveira Santos – Essa lesão parece ser grande, é assimétrica, tem bordas irregulares e cores diferentes. É negra apenas numa das pontas e de outra cor no restante do nevo. Na imagem 4, também existe uma multiplicidade de cores e contornos irregulares. No centro, há uma área despigmentada que, às vezes, pode indicar uma área de regressão, isto é, a pinta foi se modificando e perdeu a cor escura que havia naquele lugar. Já a imagem 5 apresenta um nevo difícil de ser encontrado. É provável que se trate de um nevo displásico e atípico que pode transformar-se numa lesão maligna.  Como é uma lesão assimétrica, tem bordas irregulares e multiplicidade de cores precisa ser retirada.
Drauzio – Há uma crença que pintas com pelos como essa são sempre nevos benignos. Isso é verdade?
Ivan de Oliveira Santos – Não é. Principalmente os nevos congênitos podem ter pelos e apresentar sinais de malignidade ou transformar-se numa lesão maligna.
Drauzio – Quais as características da lesão configurada na imagem 6?
Ivan de Oliveira Santos – É uma lesão um pouco mais saliente, assimétrica, com bordas irregulares, cores diferentes e diâmetro maior. Essa lesão vegetante indica um caso grave de um melanoma em evolução.  É evidente que quanto mais espessa a lesão, maior a possibilidade de ter-se aprofundado e dado origem a metástases, ou raízes.
Drauzio – Quanto mais espessa e alta a lesão e quanto mais profunda for, pior?
Ivan de Oliveira Santos - Pior. A imagem 7 mostra um melanoma 
do tipo disseminativo e superficial. Possui multiplicidade de cores, assimetria e bordas irregulares, sinais indicativos de possível malignidade.
Outra característica que pode se manifestar nos melanomas é a coceira. Se a pessoa diz – “Doutor, esta pinta está coçando” – o médico deve observar bem a lesão. O prurido indica que a pinta não é estável e que pode estar crescendo.
Drauzio – Pinta que coça deve sempre ser retirada? 
Ivan de Oliveira Santos – Deve sempre ser observada. Às vezes, trata-se de uma queratose seborreica, uma lesão superficial sem complicações. No entanto, isso não invalida que a lesão seja acompanhada atentamente.
Drauzio – Essa lesão da imagem 8 é irregular, mas bem redondinha. Que outras características apresenta?
Ivan de Oliveira Santos – Ela apresenta uma pigmentação diferente na parte inferior, é mais clara no meio e um pouco mais espessa, mais saliente. É um tipo de lesão que precisa ser retirada.
Provavelmente, trata-se de um melanoma nodular que nasceu em cima de uma pinta. Veja que na parte lateral direita parece uma pinta, mas na borda cresceu um nódulo, isto é, já se formou um caroço ali.
Nem todos os melanomas nascem em cima de pintas. Eles podem nascer numa pele normal e irem aumentando de tamanho. Muitas vezes, a primeira manifestação do melanoma nodular é um caroço que surge sem apresentar a fase pré-neoplásica.
A imagem 9 mostra um caso mais grave: um melanoma volumoso e já ulcerado. A ulceração sempre indica um prognóstico pior.
Drauzio – Pinta que sangra deve ser retirada sempre, não é mesmo?
Ivan de Oliveira Santos – Temos de retirar sempre. Antigamente, aprendia-se na escola que o melanoma era um caroço ulcerado do qual saía sangue e que, muitas vezes, doía. Por isso, o diagnóstico era feito tardiamente. Hoje, tentamos fazê-lo cada vez mais cedo, tanto observando as características preconizadas pela regrinha do ABCD como pela dermatoscopia. Assim, conseguimos curar muito mais casos de melanoma do que curávamos no passado.
No Hospital do Câncer, por exemplo, a maioria dos pacientes que recebíamos tinham lesões avançadas. Isso está mudando. As pessoas estão mais informadas o que facilita a prevenção secundária, ou seja, a possibilidade de acompanhar as pintas que nasceram ou estão crescendo e que apresentam características como assimetria, bordas irregulares e multiplicidade de cores. Resultado: pegamos lesões iniciais que podem ser curadas em quase 100% dos casos, dependendo da espessura. Se a espessura for maior do que 4mm, porém, aumenta a probabilidade de formação de metástases o que complica o quadro e dificulta a cura.
PESSOAS COM MUITAS PINTAS
Drauzio – Que cuidados têm que tomar as pessoas com muitas pintas espalhadas pelo corpo, essas que são chamadas popularmente de “bananas pintadinhas”, uma vez que não é possível retirar todas elas?
Ivan de Oliveira Santos – Em média, as pessoas têm de 17 a 25 pintas, mas há aquelas que chegam a ter mais de cem pintas, fato que se repete em outros membros da família. Essas precisam ser observadas, especialmente se houver um caso de melanoma num tio ou num avô, por exemplo, porque isso caracteriza a síndrome do nevo displásico ou síndrome do nevo atípico.
Como existe a possibilidade de o melanoma ter origem congênita (8% dos casos), há grupos familiares com incidência maior da doença por causa do número de pintas, pois é evidente que quanto maior ele seja, maior a incidência desses tumores.
No nosso País, talvez pela miscigenação das raças, em 100.000 habitantes apenas 7 ou 8 têm melanoma. No Estado de São Paulo, um levantamento realizado em 17 cidades revelou que apenas quatro pessoas em 100.000 desenvolvem a doença.
MISCIGENAÇÃO ÉTNICA: FATOR PROTETOR
Drauzio – Num país como a Austrália, em que a maioria dos habitantes tem pele muito clara e o sol é fortíssimo, esses números são outros, não é?
Ivan de Oliveira Santos – São dez vezes maiores do que no Brasil. A situação geográfica não justifica essa diferença. O Trópico de Capricórnio passa no Estado de São Paulo e na província de Queensland, no nordeste da Austrália. Praias existem aqui e lá. A diferença está na miscigenação étnica. O Brasil é um país relativamente protegido, porque grande parte significativa da população tem sangue índio e negro. Vários trabalhos mostram que essa miscigenação racial tornou nosso povo, de certa forma, mais resistente.
Na Austrália, a situação é outra. A maioria da população é branca, descendente de ingleses, escoceses e irlandeses e não se misturou com o aborígene australiano, que é negro, de cabelos escorridos (diferente do africano) e mais resistente ao sol. Como consequência, ali se verificou o mais alto índice de melanoma do mundo durante algum tempo. Diante disso, desde a década de 1960, foram criadas campanhas intensivas de esclarecimento mostrando lesões que ajudavam a identificar a doença e a realidade mudou, como mudou a maneira de fazer o diagnóstico. As lesões deixaram de ser avaliadas tardiamente e a conscientização das pessoas permitiu que 87% dos casos pudessem ser curados.
CÂNCER DE PELE E BRONZEAMENTO ARTIFICIAL
Drauzio – Existe relação entre bronzeamento artificial e câncer de pele?
Ivan de Oliveira Santos – O bronzeamento artificial é condenado pelos médicos do GBM (Grupo Brasileiro de Melanoma) e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, porque faz uso dos raios ultravioleta do tipo A para deixar as pessoas mais morenas e, em geral, são as de pele mais clara e mais sensível que se valem desse recurso.
O risco elevado que os raios ultravioleta tipo A representam, somado ao fator cumulativo que, querendo ou não, existe num país de sol tropical como o nosso, justifica a preocupação de que a exposição por tempo prolongado possa provocar câncer de pele.
Antigamente se pensava que esses raios não tinham contraindicações. Hoje, há uma série de trabalhos indicando os malefícios que causam na pele e sua influência na formação de melanomas. Por isso, condenamos o bronzeamento artificial, embora reconheçamos que esses aparelhos possam ser benéficos em algumas situações especiais, como nos casos de psoríase, por exemplo.



CÍCERA MARIA

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

PRECISO DE AJUDA!


Meu Deus, em três anos engordei mais de 30kg, o dobro daquilo que perdi também em três anos.
Tinha uns 80 kg e nem sentia, ou via isso. De repente, uns problemas na minha vida que me fizeram não comer o bastante e andar muito em busca de emprego ou momentos para pensar. Sem querer ou programar eu estava seguindo um programa de emagrecimento que TODOS me dizem agora para fazer.
Andava, andava e não comia. Primeiro que eu tinha tempo para isso, andar e precisava espairecer, pensar... Não tinha mesmo o que comer, faltava esse item na minha casa. Comia o que tinha e quando tinha. Por três ou quatro anos foi assim e então  um dia alguém me disse que eu emagrecera, nem senti, nem vi. Achei exagero delas. Todos começaram a me elogiar, dizer que estava LINDA, viu, LINDA PORQUE NÃO ESTAVA GORDA, O QUE LEVA A CONCLUSÃO....
Bem, eu comecei mesmo a me sentir bem, bonita, desejável, me olhava no espelho, tinha vontade e prazer em experimentar roupas, cada vez menores. Do manequim 48 desci a 42, quase 40. O tempo passava e eu permanecia magra. Aí, não sei quando ou como aconteceu e recomecei a engordar. Fazia as mesmas coisas, comia as mesmas coisas e meu corpo ganhando gordura! O trabalho apareceu mas não como emprego (carteira assinada), ainda tinha(tenho) insegurança quanto a continuidade de ganhar o sustento.
A dieta era a mesma e as caminhadas para pensar cessaram, por falta de tempo.
Entrei na MENOPAUSA E TUDO FICOU LENTO, OU PAROU MESMO. Engordei, engordei e o pior que EU VI tudo isso acontecendo e não conseguia parar!
Busquei tratamento e consegui num  primeiro momento emagrecer uns quilos que logo foram readquiridos sem o menor esforço.  A insegurança do emprego, do trabalho era (é) forte. Fiquei sem dinheiro e condições de pagar o tratamento. Continuo trabalhando muito e ganhando quase nada. A alimentação está normalizada, ou melhor, a oferta está normal. Eu não. Eu como e mesmo sabendo que NÃO DEVIA COMER AQUILO, é o que como para depois me culpar.
Não estou firme ainda com trabalho, dinheiro é coisa quase que é quase incerto, as pessoas me dizem a todo o momento: Nossa, você engordou! , Você está gorda! Como se eu não soubesse disso. A minha auto-estima? Não sei onde está, perdi de vista. Olho-me no espelho e não me reconheço. Sofro com isso e estou gorda, obesa e não adianta o sofrimento, eu estou me sentido um MONSTRO DE GORDA! Estou com mais de 100 kg e NUNCA PENSEI QUE CHEGASSE A ISSO!
A balança, o espelho, as compras de roupas, ou o simples procurar roupas é um martírio para mim, quase não há lojas que vendem números grandes e também, querer comprar assim e admitir que Jamais volte a ser NORMAL, ter um peso regular. MINHA SAÚDE está comprometida, a pressão vive alterada e tomo mais de 10 remédios por dia!
Já iniciei várias dietas, nem emagreci nem consegui manter a rotina. Parece que meu cérebro não quer que eu emagreça, eu conscientemente luto por isso, emagrecer, ficar no peso ideal para meu bem estar físico, biológico e mental. Mas sinto que inconscientemente eu me boicoto.
Tenho horror às pessoas olhando o que como, quanto e quando como. Elas fazem isso só para censurar, torturar e dizerem: Viu porque você está gorda horrorosa? Não para de comer!
Mesmo que você tenha simplesmente começado naquele momento, é hora do café da manhã, ou do almoço. Ou você está numa festa, e tenta pegar o primeiro pedaço de qualquer coisa, mesmo líquido, como água. Eles tentam te controlar e te colocar no chão.
De repente tem tantos médicos, nutricionistas, personal trainer, de plantão para lhe dizerem o que você deve fazer para emagrecer. A primeira coisa e te colocar no chão, dizem e faz coisas que te fazem sentir um lixo, uma incompetente.
Eu sei o que devo fazer, sei (acho que sei) de como fazer, o que posso e quando e como posso comer e beber, mas eu não sigo isso.
Comprei uns produtos que me garantiram que emagrece, comecei a comer diariamente, então parei, o “treco” está guardado e eu simplesmente não como. Chás (verde, branco, qualquer cor) eu já bebi, também, remédios que prometem o milagre do emagrecimento.
Busquei até na internet, esses tipos de sites para buscar ajuda para emagrecer saudavelmente.
 Eu sei que o problema é psicológico, e, sozinha não vou conseguir nada!
Ano que vem... Lá vem outra promessa minha: Ano que vem, vou mudar minha vida, vou emagrecer os quilos que preciso e manter este peso por minha saúde física, biológica e mental. Vou buscar uma academia, acredito que precise também de uma ajuda psíquica. Tenho que encontrar grupo de apoio. Será que tem?
O pior desta gordura em excesso é a minha barriga, ou meu abdome que ganhou uma circunferência que me dar nojo e medo.
Me vesti de papai Noel, minha filha disse que isso era degradante, eu não havia pensado nisso, mas é. Eu gorda, horrível só podia mesmo me vestir deste velho gordo! Só que ele é bonachão, feliz e eu? INFELIZ!
AS roupas ficam enrrolando na cintura, estou com uma espécie de avental na barriga, estou feia. Me sinto FEIA e não quero mais estar perto das pessoas, elas me criticam, me dão conselhos como se eu não soubesse, como se eu estivesse assim porque quero. EU NÃO QUERO! EU QUERO SER MAGRA! EU ESTOU MAGRA!?
O que faço para me sentir mais magra? Emagrecer.
Como faço para conseguir níveis positivos?
Þ     Auto-estima
Þ     Peso normal
Þ     Saúde normal
Þ     Triglicerídios
Þ     Colesterol
Þ     Glicemia
Þ     Hipertensão.
Vou entrar numa academia;Vou andar para pensar; vou ser magra novamente.
Vou terminar minha pós-graduação e então terei mais tempo para alcançar isso e será logo no início do ano.
Em janeiro vou tirar uns dias de férias, vou andar buscar ajuda buscar parceria para minha atividade física e profissional.
Um dia da semana será meu. Caminhar. Academia, dormir...
Beber água mais de 6 vezes ao dia é a meta.

----ESTOU EMAGRECENDO, MEU PESO ESTÁ FICANDO CADA VEZ MENOR E ESTOU ENTRANDO NA NORMALIDADE!

EXPLICANDO A MENSAGEM ACIMA!
Meu peso normal não passava de 56 kg , fiquei assim até mais ou menos 26 anos, mas na minha casa, eu sempre fui considerada gorda, porque minhas irmãs pesavam entre 30 e 35 kg. 
Casada, mantive o peso até que aos 64 kg, achava que estava gorda. Ia começar uma dieta e engravidei. Conclusão: Ao invés de ganhar peso, eu perdi até ficar com ele abaixo do normal. Precisei de suplementos para não ficar doente. Cheguei ao final da gravides sem ganhar peso, mas parei de perder( eu vomitava até água e se pensava em comer ou beber, já estava vomitando, por isso emagreci muito, chegando a menos de 53 kg).
Bem, mantive isso, o peso entre 64 kg e 68 kg (Já estava acima do peso), tentava dietas e nada. Aos poucos cheguei aos 90 kg, fiquei nervosa e num tratamento com uma médica clinica geral, perdi os excessos. Mas ficava assim, um efeito sanfona (engorda – emagrece). 
Bem, foi quando cheguei aos 80 kg mencionados e nem sentia. Quando passei por aqueles problemas, já estava tentando voltar meu peso normal (68 kg, admitia isso devido a idade, mais de 35 anos), mas tive que desviar meus pensamentos para como conseguir pagar as contas! Comer era artigo de luxo! Então, comecei a andar, buscando trabalho, pensar, encontrar saída para meus problemas e o peso, o excesso dele foi esquecido e como disse, consegui emagrecer sem perceber.  
Depois eu consegui manter um peso em torno de 70 kg e estava bom. Me sentia bem, todos falavam que estava bonita e eu me sentia assim. Olhar no espelho ou experimentar roupas era legal.
Mas aí desandei a engordar, 76 kg, 79 kg e parei de ver, de pesar. Desespero total. Experimentar roupas e pesar era (é) um martírio!  resolvi buscar ajuda novamente e um dia fui a médica endocrinologista e ela me disse que estava com 88 kg e fiz um tratamento a base de dietas e remédios, perdi os excessos logo de primeira, mas em pouco tempo perdi também as condições de continuar pagando pela consulta e logo recuperei o peso perdido e mais alguma coisa.
Há pouco tempo, voltei a uma consulta com especialistas e me assustei e estou ate agora, ela disse que estava obesa, com 103 kg!  (Tenho agora 51 anos, estou na MENOPAUSA, meu sistema está lento, quase parado) DEUS DO CÉU, COMO CHEGUEI A ISSO?!
PRECISO DE AJUDA. foi o que escrevi, é o que escrevi na mensagem anterior!

CÍCERA MARIA

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

LUIZ GONZAGA - 100 ANOS


Luiz Gonzaga
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Disambig grey.svg Nota: Para o santo católico, veja Luís de Gonzaga.
Luiz Gonzaga

Busto na entrada do Museu Luiz Gonzaga, em Caruaru
Informação geral
Nome completo
Luís Gonzaga do Nascimento
Rei do Baião
Majestade do Baião
Embaixador Sonoro do Sertão
Velho Lua
Bico de Aço
Lula
Pernambuco
Gonzagão
Nascimento
Origem
País
Data de morte
2 de agosto de 1989 (76 anos)
Inventor do forró (trio pé de serra) baião
forró
quadrilha, xaxado, arrasta pé e xamego.
Modelos de instrumentos
120 Baixos[1]
Período em atividade
1940-1989
Outras ocupações
Foi soldado do Exército por 10 anos. Era corneteiro.[1]
Gravadora(s)
Afiliação(ões)
Página oficial
Luís ‘Lua’ Gonzaga do Nascimento (Exu, 13 de dezembro de 1912Recife, 2 de agosto de 1989) foi um compositor popular brasileiro, conhecido como o Rei do baião.[2] Foi uma das mais completas, importantes e inventivas figuras da música popular brasileira. Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou a alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, ao resto do país, numa época em que a maioria desconhecia o baião, o xote e o xaxado.
Admirado por grandes músicos, como Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul Seixas, Caetano Veloso, entre outros, o genial instrumentista e sofisticado inventor de melodia e harmonias,[3] ganhou notoriedade com as antológicas canções "Baião" (1946), "Asa Branca" (1947), "Siridó" (1948), "Juazeiro" (1948), "Qui Nem Jiló" (1949) e "Baião de Dois" (1950).[2]
Índice
Biografia

Luiz GonzagaMãe Santana, Rosinha, Pai Januário e Dona Helena
Início de vida
Luís Gonzaga do Nascimento[Nota 1] nasceu numa sexta-feira no dia 13 de dezembro de 1912, numa casa de barro batido na Fazenda Caiçara, povoado do Araripe, a 12 km de Exu (extremo oeste do Estado de Pernambuco, a 700 km do Recife), segundo filho de Ana Batista de Jesus (‘Mãe Santana’) e oitavo de Januário José dos Santos. O pe. José Fernandes de Medeiros o batizou na matriz de Exu em 5 de janeiro de 1913[4][5].
Deveria ter o mesmo nome do pai, mas na madrugada em que nasceu, seu pai foi para o terreiro da casa, viu uma estrela cadente e mudou de ideia. Era o dia de São Luís Gonzaga no mês do Natal, o que explica a adoção do sobrenome "Nascimento"[5].
O lugar natal é no sopé da Serra do Araripe, e inspiraria uma de suas primeiras composições, "Pé de Serra". Seu pai trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão; também consertava o instrumento. Foi com ele que Luís aprendeu a tocá-lo. Não era nem adolescente ainda quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sudeste do Brasil.[3] O gênero musical que o consagrou foi o baião.[2] A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, composta em 1947 em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.
Antes dos dezoito anos Luís teve sua primeira paixão: Nazarena, uma moça da região. Foi rejeitado pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, que não o queria para genro e ameaçou-o de morte. Mesmo assim Luís e Nazarena namoraram algum tempo escondidos e planejavam o futuro. Januário e Santana lhe deram uma surra ao descobrirem que ele se envolveu com a moça. Revoltado por não poder casar-se com a moça, e por não querer morrer nas mãos do pai dela, Luís Gonzaga fugiu de casa e ingressou no exército no Crato (Ceará). Durante nove anos viajou por vários estados brasileiros, como soldado, sem dar notícias à família. Não teve mais nenhuma namorada, passando a ter amantes, até se casar.
Carreira
Em Juiz de Fora, MG, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. A partir daí começou a se interessar pela área musical.
Em 1939, deu baixa do exército na cidade do Rio de Janeiro: Estava decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar nas áreas de prostituição da cidade. No início da carreira, apenas solava acordeão em choros, sambas, foxtrotes e outros gêneros da época. Seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros. Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, foi aplaudido executando Vira e Mexe, com sabor regional, de sua autoria.[6] O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas instrumentais. Vira e mexe foi a primeira música que gravou em disco.
Veio depois sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Lá conheceu o acordeonista gaúcho Pedro Raimundo, que usava os trajes típicos da sua região. Daí surgiu a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro, figurino que o consagrou como artista.
Em 11 de abril de 1945, gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha em parceria com Saulo Augusto Silveira Oliveira.
Também em 1945, uma cantora de coro chamada Odaléia ‘Léia’ Guedes dos Santos deu à luz um menino, no Rio. Luís Gonzaga mantinha um caso havia meses com a moça, iniciado quando já estava grávida. Sabendo que sua amante seria mãe solteira, assumiu a paternidade da criança, adotando-o e dando-lhe seu nome: Luís Gonzaga do Nascimento Júnior.
Odaléia, que além de cantora de coro era sambista, foi expulsa de casa por ter engravidado do namorado, que não assumiu a criança. Foi parar nas ruas, até ser ajudada, descobrindo-se seu talento para cantar e dançar, passando a se apresentar em casas de samba no Rio, quando conheceu Luís.[2] A relação com Luís era conflituosa e, após o nascimento do menino, piorou, com muitos ciúmes. Separaramse com menos de 2 anos de convivência. Léia criou o filho, e Luís os visitava.
Em 1946 voltou pela primeira vez a Exu (Pernambuco), e reencontroou seus pais, Januário e Santana, que havia anos não sabiam nada sobre o filho e sofreram muito esse tempo todo. O reencontro com seu pai é narrado em sua composição Respeita Januário, em parceria com Humberto Teixeira.
Em 1948, casou-se com a pernambucana Helena Cavalcanti, professora que se tornara sua secretária particular, e por quem se apaixonou. O casal permaneceu até o fim da vida de Luís. Não tiveram filhos biológicos, por Helena não poder engravidar, mas adotaram uma menina, a quem batizaram de Rosa.[7]
Nesse mesmo ano Léia morreu de tuberculose, para desespero de Luís. O filho deles, apelidado de Gonzaguinha, ficou órfão com 2 anos e meio. Luís queria levar o menino para morar com ele e Helena, e pediu para a mulher criá-lo como se fosse dela, mas Helena não aceitou, juntamente com sua mãe, Marieta, que achava aquilo um absurdo, já que nem filho verdadeiro de Luís era. Luís não viu saída: entregou o filho para os padrinhos da criança, Leopoldina e Henrique Xavier Pinheiro, criarem-no no Morro do São Carlos. Luís sempre visitava a criança e a sustentava financeiramente. Xavier o considerava filho de verdade e lhe ensinava viola, e o menino teve em Dina uma mãe.[7]
LUIZ GONZAGA E GONZAGUINHA - PAI E FILHO
Vida pessoal e família
Luís não se dava bem com o filho, apelidado de Gonzaguinha. Passou a não ver mais o filho em sua infância, e sempre que o via brigavam. Achava que ele não teria um bom futuro, imaginando que se tornaria um malandro ao crescer, já que o menino tinha amizades ruins no morro, vivendo com malandros tocando viola pelos becos da favela. Dina tentava unir pai e filho, mas Helena não gostava da proximidade deles, e passou a espalhar para todos que Luís era estéril e não era o pai de Luisinho[2]. Luís sempre desmentia, já que não queria que ninguém soubesse que o menino era seu filho somente no registro civil. Amava o menino de fato, independente de não ser seu filho de sangue.[7]
Na adolescência, o jovem se tornou rebelde: não aceitava ir morar com o pai, já que amava os padrinhos e odiava ser órfão de mãe, e dizia sempre que Luís não era seu pai biológico, o que o entristecia. Helena detestava o menino e vivia implicando com ele, humilhando-o, e por isso Gonzaguinha também não gostava da madastra, o que os afastou e causou mais brigas entre pai e filho, já que Luís dava razão à esposa. Não vendo medidas, internou o jovem em um colégio interno, para desespero de Dina e Xavier.[3] Gonzaguinha contraiu tuberculose aos 14 anos e quase morreu. Aos 16, Luís pegou-o para criar e o levou a força para a Ilha do Governador, onde morava, mas por ser muito autoritário e a esposa destratar o garoto, o que gerava brigas entre Luís e Helena, Gonzaga mandou o filho de volta ao internato.
Ao crescer, a relação ficou mais tumultuada, pois o filho se tornou um malandro, viciado em bebidas  alcoólicas. Gonzaguinha resolveu se tratar e concluiu a universidade, tornandose músico como o pai. 
Pai e filho ficaram mais unidos quando, em 1979, viajaram o Brasil juntos, compondo juntos. Tornaramse, enfim, amigos.
Últimos anos, morte e legado
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Estátua de bronze que, com a de Jackson do Pandeiro, fica de frente ao Açude Velho, Campina Grande, PB, Brasil).
Luís Gonzaga sofreu de osteoporose por anos. Morreu vítima de parada cardiorrespiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana.[3] Foi velado em Juazeiro do Norte (a contragosto de Gonzaguinha, que pediu que o corpo fosse levado o mais rápido possível para Exu, irritando várias pessoas que iriam ao velório e tornando Gonzaguinha "persona non grata" em Juazeiro do Norte) e posteriormente sepultado em seu município natal.[7]
Era maçom e compôs "Acácia Amarela" com Orlando Silveira. Foi iniciado na Loja Paranapuan, Ilha do Governador, em 3 de abril de 1971.[8]
Em 2012, foi tema do carnaval da GRES Unidos da Tijuca, com o enredo "O dia em que toda a realeza desembarcou na avenida para coroar o Rei Luís do sertão", fazendo com que a escola ganhasse o carnaval deste respectivo ano.
Escreve Ana Krepp na Revista da Cultura: "O rei do baião pode ser também considerado o primeiro rei do pop no Brasil. Pop, aqui, empregado em seu sentido original: o de popular. De 1946 a 1955, foi o artista que mais vendeu discos no Brasil, somando quase 200 gravados. 'Comparo Gonzagão a Michael Jackson. Ele desenhava as próprias roupas e inventava os passos que fazia no palco com os músicos', ilustra [o cineasta] Breno [Silveira, diretor de Gonzaga — De pai para filho]. Foi o cantor e músico também o primeiro a fazer uma turnê pelo Brasil. Antes dele, os artistas não saíam do eixo Rio-SP. Gonzagão gostava mesmo era do showbizz: viajar, fazer shows e tocar para plateias do interior."[9]
Em 2012, o filme de Breno Silveira Gonzaga, De Pai Pra Filho, narrando a relação conturbada de Luís com o filho Gonzaguinha, em três semanas de exibição já alcançara a marca de 1 milhão de espectadores.[10]
Sucessos
  • do Nascimento, Luís Gonzaga; Dantas, José ‘Zé’ (1950), A dança da moda
  • Almeida, Onildo (1957), A feira de Caruaru
  • do Nascimento, Luís ‘Lua’; Dantas, José ‘Zé’ (1953), A letra I
  •   ; Barbalho, Nelson (1963), A morte do vaqueiro
  • do Assaré, Patativa (1964), A triste partida
  • Cordovil, Hervé; Gonzaga, Luís (1953), A vida do viajante
  • Dantas, José ‘Zé’ (1952), Acauã
  •    (1962), Adeus, Iracema
  • Gonzaga, Luís; Dantas, José ‘Zé’ (1953), Á-bê-cê do sertão.
  • Cordovil, Hervé; Araújo, Manuel ‘Manezinho’ (1952), Adeus, Pernambuco
  • Gonzaga, Luís; Dantas, José ‘Zé’ (1953), Algodão
  • Beduíno; Gonzaga, Luís (1951), Amanhã eu vou
  • Amor da minha vida, 1960
  • Teixeira, Humberto; Gonzaga, Luís (1947), Asa Branca
  •   ; Gonzaga, Luís (1950), Assum-preto
  • Ricardo, Júlio; de Oliveira (1964), Ave-maria sertaneja
  • Teixeira, Humberto; Gonzaga, Luís (1946), Baião
  • Nasser, Davi; de Morais, Guio (1951), Baião da Penha
  • Araújo, Manuel ‘Manezinho’; Renato, José ‘Zé’ (1952), Beata Mocinha
  • Gonzaga júnior, Luís ‘Gonzaguinha’; Gonzaga, Luís (1965), Boi bumbá
  • Cavalcanti, Armando; Caldas, Clécius (1950), Boiadeiro
  • Cacimba Nova, 1964
  • Portela, Jeová; Gonzaga, Luís (1946), Calango da lacraia
  • Roxo, Amorim; Gonzaga, José ‘Zé’ (1998), "O Cheiro de Carolina", Sua Sanfona e Sua Simpatia
  • Chofer de praça, 1950
  • Cavalcanti, Armando; Caldas, Clécius (1951), Cigarro de paia
  • Gonzaga, Luís; Dantas, José ‘Zé’ (1950), Cintura fina
  • Portela, Jeová; Gonzaga, Luís; Lima, Miguel (1945), Cortando pano
  • Silva, João; Oseinha (1987), De Fiá Pavi
  • Barroso, Carlos; Teixeira, Humberto (1950), Dezessete légua e meia
  • do Nascimento, Luís ‘Lua’ Gonzaga; Dantas, José ‘Zé’ (1954), Feira de gado
  • do Nascimento, Alcebíades (1948), Firim, firim, firim
  • Marcolino, José; do Nascimento, Luís ‘Lua’ Gonzaga (1965), Fogo sem fuzil
  • do Nascimento, Luís ‘Lua’ Gonzaga (1964), Fole gemedor
  •   ; Dantas, José ‘Zé’ (1950), Forró de Mané Vito
  • Dantas, José ‘Zé’ (1962), Forró de Zé Antão
  • Ramos, Severino, Forró de Zé do Baile
  • de Castro, Jorge; Ramos, José ‘Zé’ (1955), Forró de Zé Tatu
  • do Nascimento, Luís ‘Lua’ Gonzaga (1957), Forró no escuro
  • Fuga da África, Luiz Gonzaga (1944)
  • Hora do adeus, Luiz Queiroga e Onildo Almeida (1967)
  • Imbalança, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1952)
  • Jardim da saudade, Alcides Gonçalves e Lupicínio Rodrigues (1952)
  • Juca, Lupicínio Rodrigues (1952)
  • Lascando o cano, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
  • Légua tirana, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1949)
  • Lembrança de primavera, Gonzaguinha (1964)
  • Liforme instravagante, Raimundo Granjeiro (1963)
  • Lorota boa, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1949)
  • Moda da mula preta, Raul Torres (1948)
  • Moreninha tentação, Sylvio Moacyr de Araújo e Luiz Gonzaga (1953)
  • No Ceará não tem disso, não, Guio de Morais (1950)
  • No meu pé de serra, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1947)
  • Noites brasileiras, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
  • Numa sala de reboco, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1964)
  • O maior tocador, Luiz Guimarães (1965)
  • O xote das meninas, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
  • Ô véio macho, Rosil Cavalcanti (1962)
  • Obrigado, João Paulo, Luiz Gonzaga e Padre Gothardo (1981)
  • O fole roncou, Luiz Gonzaga e Nelson Valença (1973)
  • Óia eu aqui de novo, Antônio Barros (1967)
  • Olha pro céu, Luiz Gonzaga e Peterpan (1951)
  • Ou casa, ou morre, Elias Soares (1967)
  • Ovo azul, Miguel Lima e Paraguaçu (1946)
  • Padroeira do Brasil, Luiz Gonzaga e Raimundo Granjeiro (1955)
  • Pão-duro, Assis Valente e Luiz Gonzaga (1946)
  • Pássaro carão, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1962)
  • Pau-de-arara, Guio de Morais e Luiz Gonzaga (1952)
  • Paulo Afonso, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1955)
  • Pé de serra, Luiz Gonzaga (1942)
  • Penerô xerém, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1945)
  • Perpétua, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1946)
  • Piauí, Sylvio Moacyr de Araújo (1952)
  • Piriri, Albuquerque e João Silva (1965)
  • Quase maluco, Luiz Gonzaga e Victor Simon (1950)
  • Quer ir mais eu?, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1947)
  • Quero chá, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1965)
  • Padre sertanejo, Helena Gonzaga e Pantaleão (1964)
  • Respeita Januário, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
  • Retrato de Um Forró,Luiz Ramalho e Luiz Gonzaga (1974)
  • Riacho do Navio, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1955)
  • Sabiá, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1951)
  • Sanfona do povo, Luiz Gonzaga e Luiz Guimarães (1964)
  • Sanfoneiro Zé Tatu, Onildo Almeida (1962)
  • São-joão na roça, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1952)
  • Siri jogando bola, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1956)
  • Tropeiros da Borborema, Raimundo Asfora / Rosil Cavalcante
  • Vem, morena, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
  • Vira-e-mexe, Luiz Gonzaga (1941)
  • Xanduzinha, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
  • Xote dos cabeludos, José Clementino e Luiz Gonzaga (1967)
Discografia
Bibliografia
  • Dominique. Vida do Viajante: A saga de Luiz Gonzaga. 2 ed. São Paulo: 34, 1997. ISBN 8573260343
  • Ângelo, Assis. Eu Vou Contar Pra Vocês. São Paulo: Ícone, 1990. ISBN 8527401312
  • Luiz Gonzaga: Vozes do Brasil. São Paulo: Martin Claret, 1990. ISBN 8572320016
Videografia
Cinema
  • Gonzaga, de pai pra filho, 2012
Notas e referências
Notas
  1. Segundo a ortografia vigente, o correto é Luís Gonzaga. Luiz era a ortografia préformulário ortográfico de 1943 no Brasil, préreforma ortográfica de 1910 em Portugal. Por convenção brasileira, imposta pelo General Golberi do Couto e Silva nos anos 1970 por meio de Élio Gaspari, então do Jornal do Brasil, facultase aos portadores de registro de nascimento ortograficamente incorreto continuarem a usar a grafia na qual foram registrados, mas uma enciclopédia deve usar o nome correto, principalmente após a morte da pessoa ( A imprensa e o caos na ortografia).
Referências
  1. a b Ventura, Thiago (2 de agosto de 2009). MPB completa 20 anos sem Luiz Gonzaga. Divirtase. Uai. Página visitada em 30 de maio de 2012.
  2. a b c d e Luís Gonzaga — Biografia. R7. Letras.com (17 de fevereiro de 2009). Página visitada em 2 de agosto de 2012.
  3. a b c d Luiz Gonzaga. Educação. UOL. Página visitada em 2 de agosto de 2012.
  4. da Mota, José Fábio, "Biografia", Rei do baião, BR.
  5. a b Carvalho, Aparecida ‘Cida’, "Biografia", Rei do baião, BR.
  6. Rocha, Tatiana. Luís Gonzaga. MPB net. Página visitada em 30 de maio de 2012.
  7. a b c d Echeverria. Gonzaguinha e Gonzagão: Uma história brasileira. [S.l.]: Ediouro, 2006. 379 p. p. 15. ISBN 8500020741
  8. Hino maçônico. Maçonaria. Pael.
  9. Krepp, Ana. O Rei do Brasil Eleito pelo Povo. Revista da cultura.
  10. 'Gonzaga — De Pai Pra Filho' chega a 1 milhão de ingressos. Veja. Abril.
References
Albin, Cravo, "Luís Gonzaga", Dicionário de MPB, BR

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Cantores_de_Pernambuco














CÍCERA MARIA
(PEDAGOGA- PSICOPEDAGOGA)