Pesquisadores descobriram a influência de um vírus específico para o desencadeamento da esclerose múltipla e com isto, abrem-se novas possibilidades para o tratamento. Para chegarem a esta conclusão, a neuroimunologista Ute-Christiane Meier da Universidade Queen Mary de Londres e sua equipe analisaram o cérebro de pessoas mortas, diagnosticadas ou não com esclerose.
Eles descobriraram que o vírus Epstein-Barr (EBV) havia liberado pequenas moléculas de ácido ribonucleico (ARN) - responsável pela produção de proteínas que formam a cápsula e replicação do vírus - em áreas cerebrais de quase todas as pessoas afetadas pela doença. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Neurology.
Mais de 30 mil brasileiros sofrem com a doença – que acomete principalmente mulheres entre 20 e 50 anos, além do crescente diagnóstico entre adolescents e crianças, segundo estimativa da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla. A doença compromete o sistema nervoso central (SNC) constituído pelo cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal, causando um processo inflamatório que culmina no acúmulo de incapacitações neurológicas. Apesar de não existir cura até o momento, há cuidados que amenizam seus sintomas.
Ute-Christiane diz que o EBV é um vírus difícil de combater, quando fica impossibilitado de crescer e se espalhar, ele pode se esconder entre as células do sistema imunológico e desencadear a febre glandular. Ela e sua equipe pretendem investigar de que forma o vírus é levado por células do sistema imunológico ao sistema nervoso central, onde ocorre o ataque ao organismo, e já trabalham no desenvolvimento de medicamentos anti-virais para combatê-lo.
A cientista acredita que a descoberta traz grandes avanços para o tratamento e até mesmo chances de prevenção. “É preciso ter cautela, mas futuros estudos poderão revelar a relação causal entre o microrganismo Epstein-Barr e a esclerose múltipla, tornando possível alterar o curso da doença ou impedir a ação do vírus”, diz Ute-Christiane.
Fonte: Mente e Cérebro
CONHECENDO A Esclerose múltipla
Esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, provavelmente autoimune. Por motivos genéticos ou ambientais, na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina (capa que envolve todos os axônios) que recobre os neurônios e isso compromete a função do sistema nervoso. A característica mais importante da esclerose múltipla é a imprevisibilidade dos surtos.
Em geral, a doença acomete pessoas jovens, entre 20 e 30 anos, e provoca dificuldades motoras e sensitivas.
Não se conhecem ainda as causas da doença. Sabe-se, porém, que a evolução difere de uma pessoa para outra e que é mais comum nas mulheres e nos indivíduos de pele branca que vivem em zonas temperadas.
O diagnóstico é basicamente clínico, complementado por exames de imagem, por exemplo, a ressonância magnética.
Sintomas
A fase inicial da esclerose múltipla é bastante sutil. Os sintomas são transitórios, podem ocorrer a qualquer momento e duram aproximadamente uma semana.
Tais características fazem com que o paciente não dê importância às primeiras manifestações da doença que é remitente-recorrente, ou seja, os sintomas vão e voltam independentemente do tratamento.
A pessoa pode passar dois ou três anos apresentando pequenos sintomas sensitivos, pequenas turvações da visão ou pequenas alterações no controle da urina sem dar importância a esses sinais, porque, depois de alguns dias eles desaparecem. Com a evolução do quadro, aparecem sintomas sensitivos, motores e cerebelares de
maior magnitude representados por fraqueza, entorpecimento ou formigamento nas pernas ou de um lado do corpo, diplopia (visão dupla) ou perda visual prolongada, desequilíbrio, tremor e descontrole dos esfíncteres.
maior magnitude representados por fraqueza, entorpecimento ou formigamento nas pernas ou de um lado do corpo, diplopia (visão dupla) ou perda visual prolongada, desequilíbrio, tremor e descontrole dos esfíncteres.
Tratamento
Uma vez confirmado o diagnóstico de esclerose múltipla, uma doença inflamatória desmielizante, com manifestação remitente-recorrente, o tratamento tem dois objetivos principais: abreviar a fase aguda e tentar aumentar o intervalo entre um surto e outro. No primeiro caso, os corticosteroides são drogas úteis para reduzir a intensidade dos surtos. No segundo, os imunossupressores e imunomoduladores ajudam a espaçar os episódios de recorrência e o impacto negativo que provocam na vida dos portadores de esclerose múltipla, já que é quase impossível eliminá-los com os tratamentos atuais.
Recomendações
* Embora não altere a evolução da doença, é importante manter a prática de exercícios físicos;
* Quando os movimentos estão comprometidos, a fisioterapia ajuda a reformular o ato motor, dando ênfase à contração dos músculos ainda preservados;
* O tratamento fisioterápico associado a determinados remédios ajuda também a reeducar o controle dos esfíncteres;
* Nas crises agudas da doença, é aconselhável o paciente permanecer em repouso.
CÍCERA MARIA
FONTE:http://news.psicologado.com/descoberta-de-virus-que-atua-sobre-a-esclerose-multipla-leva-ao-desenvolvimento-de-medicamentos?
http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/esclerose-multipla/
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