Entenda o que é a PEC 37
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Léo Rodrigues - Portal EBC18.06.2013 - 18h27 |
Atualizado em 20.06.2013 - 16h16
Material da companha contra a PEC 37. (foto:
Marcelo Camargo/ABr)
Uma das bandeiras levantadas nesta segunda-feira
(17) pelos manifestantes de diversas capitais do Brasil pede o arquivamento da
Proposta de Emenda Constitucional 37/2011. Se aprovada, o poder de investigação
criminal seria exclusivo das polícias federal e civis, retirando esta
atribuição de alguns órgãos e, sobretudo, do Ministério Público (MP).
A PEC 37 sugere incluir um novo parágrafo ao
Artigo 144 da Constituição Federal, que trata da Segurança Pública. O item
adicional traria a seguinte redação: "A apuração das infrações penais de
que tratam os §§ 1º e 4º deste artigo, incumbem privativamente às polícias
federal e civis dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente".
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A justificativa apresentada pelo autor da PEC, deputado Lourival
Mendes (PT do B - MA), ressalta que não há prejuízo para a investigação
criminal em comissões parlamentares de inquérito (CPIs), o que é garantido por
um outro dispositivo presente na Carta Magna. Porém, ele evoca um livro do
desembargador Alberto José Tavares da Silva, para quem "a investigação de
crimes não está incluída no círculo das competências legais do Ministério
Público", levando diversos processos a serem questionados nos tribunais
superiores.
Reação
Diante da tramitação da PEC 37 na Câmara dos
Deputados, diversas organizações lançaram a campanha "Brasil contra a
impunidade", acusando a proposta de beneficiar criminosos. Utilizando
dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o grupo alega que apenas 11% das
ocorrências sobre crimes comuns são convertidos em investigações policiais e,
no caso dos homicídios, somente 8% são apurados.
Ao mesmo tempo, apontam que graças ao trabalho
do Ministério Público Federal foram propostas 15 mil ações penais entre 2010 e
2013. Se tais casos fossem repassadas à Polícia Federal, os crimes poderiam não
ser julgados. Eles acabariam prescritos caso as investigações não se
concluíssem a tempo.
Participam da campanha a Associação Nacional dos
Membros do Ministério Público (CONAMP), o Conselho Nacional de
Procuradores-Gerais (CNPG), a Associação Nacional dos Procuradores da República
(ANPR), a Associação Nacional do Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios (AMPDFT), a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT)
e a Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM).
Aperfeiçoamento
No final do mês passado, o relator da PEC 37,
deputado Fabio Trad (PMDB/MS), ressaltou que um grupo de trabalho havia sido
formado para aperfeiçoar a proposta. Os integrantes concordavam que o MP
deveria ter a prerrogativa de investigar casos específicos e que faltaria
definir e regulamentar de que forma seria essa atuação.
No entanto, integrantes do
Ministério Público Federal (MPF) rejeitaram nesta segunda (17) a proposta
alternativa apresentada. Segundo o presidente da ANPR,
Alexandre Camanho, mesmo com a flexibilização, "qualquer das duas redações
da PEC 37 tornariam a investigação por parte do MP inexequível".
O grupo de trabalho se comprometeu a entregar um
relatório final nesta quarta (19) ao presidente da Câmara dos
Deputados, Henrique Alves. A apreciação da PEC 37 pelo plenário da casa está
prevista para o dia 26 de junho. Segundo Henrique Alves a votação acontecerá
“de forma irreversível” na data marcada.
CÍCERA MARIA
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