sábado, 28 de julho de 2012

O feedback dos outros significativos


Þ     As crianças com alguma incapacidade apresentam mais problemas do que as outras para construir um auto-conceito adequado. Esses indivíduos apresentam níveis mais baixos de auto-estima em geral.
Þ     Isso se deve à não aquisição pelo indivíduo de sua auto-afirmação, que o leva à não aceitação de suas limitações e à subvalorização, daí a necessidade de existir diante dos “outros significativos” tal como se é, sendo aceito e valorizado pelo fato de ser pessoa. Essa constitui a melhor forma de compensar suas próprias limitações.
Þ     Junto com a necessidade de existir (necessidade central da pessoa) está a de ser reconhecida “no que é” e reconhecida “no que tenta conseguir ser”. Essa necessidade é vivida pelo indivíduo apenas em relação às pessoas a que dá importância (pai, mãe, etc.).
Þ     Se a pessoa, quando criança, é reconhecida em seu direito de existir pelos “outros significativos” (pessoas que são importantes para ela), então seu crescimento vai bem. Essas relações a beneficiam e ajudam. Dão vida a ela. No entanto, às vezes, a ferida da criança não é produzida pelos pais ou por outras pessoas significativas pode ser um ambiente, um meio que cria um clima de opressão e a impede de viver (meio social, religioso, educacional...) e, por vezes, a sociedade inteira, tudo aquilo que o indivíduo percebe dela... Mas a pessoa também precisa de expressões de ternura para se sentir reconhecida no coração de si mesma.
Þ     É importante que não haja mudanças frequentes de professores, grupos de colegas, vizinhos, etc., pois essas mudanças podem impedir o desenvolvimento de grupos estáveis de referência. Em pesquisas realizadas foi possível encontrar nos alunos “móveis” um nível baixo de convicção em relação a si mesmos: não estavam seguros do afeto de seus pais, se davam pouco valor como amigos e duvidavam de seu êxito ao sair da escola. Em geral, as fontes mutáveis de autoafirmação deixam a criança “móvel” atrapalhada e incapaz de enfrentar a tarefa de fazer julgamentos sobre si mesma. O grupo de colegas tem um impacto enorme no núcleo dessas atitudes para consigo mesmo.
Þ     E quando a pessoa, principalmente durante a infância, não é reconhecida, pode ser criada a ferida. As causas, entre outras, podem ser:
·        Por não ser vista em sua própria identidade, o que poderíamos chamar de coração de si mesma. Talvez fisicamente não falte nada a ela, mas sua identidade profunda nem suas necessidades essenciais foram satisfeitas.
·        Por não ser escutada quando comunica sua própria essência, o que considera “essencial”, isto é: o que abala sua verdade, aquilo do que está certa; o amor que experimenta por determinadas pessoas pode existir e ocupar pouco a pouco seu lugar; o que abala sua vocação profunda, um agir que leva muito a sério; etc. Ainda que a pessoa possa desde os primeiros anos ser rejeitada em seu direito de existir, não se dá facilmente por vencida.
Þ     Quando ocorre um fracasso, entra em uma dúvida profunda sobre sua capacidade de ser reconhecida, estimada e amada, formando então uma linguagem muito negativa de si. Naquelas pessoas que conseguem êxito em sua fuga para frente, a imagem negativa é vivida como marginalidade da imagem supervalorizada de si mesma que gosta de manter.
Þ     Quando a fachada de solidez desaparece, surgem as depressões, as reações exageradas e repetitivas para acontecimentos, situações, pressões, etc. Tudo isso acontece porque nos primeiros anos de vida da pessoa foram sendo fixadas determinadas realidade e necessidades. Daí a importância do educador (pai, mãe, professor...) ter consciência do quão importante é e das possíveis implicações que pode ter na vida da pessoa, pois, disso dependerá em grande parte a felicidade desta no futuro.
Þ     Acredito que pouco importa como a pessoa nasce; o que mais nos deveria preocupar é o que estamos fazendo ao intervir nessa pessoa que temos em nossas mãos, em sua formação, etc. O importante é prepará-la para que seja no futuro um/a homem/mulher, e isso só poderemos conseguir se, além de satisfazermos a necessidade de existir, preenchermos a de ser reconhecido (a) “no que é” e “no que tenta conseguir ser”.
Þ     Que descubra sua identidade, descubra sua consciência profunda e viva assim, para que haja harmonia em sua pessoa, um eixo, uma coluna vertebral! Será pessoa e irá tirar do meio tudo o que a impede de ser ela mesma e será capaz, muito em breve, de responder as perguntas “quem sou eu?”, “para que fui feito (a)?”, “com que pessoa?”, “minha vida tem sentido”.







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