domingo, 24 de junho de 2012

ESTACIONAMENTO GRÁTIS EM SHOPPING!




Enfim a lei de gratuidade de estacionamento em shopping’s – LEI ESTADUAL Nº 1209/2004 -  foi aprovada e já está em vigor. As diretorias dos shoppingn’s estão cientes do vigor da lei, porém orientam aos caixas a se fazerem de surdos e mudos e  apenas liberarem sob solicitação do cliente. OU SEJA, SE VOCÊ NÃO SABE, PAGA E ELES RECEBEM SEM DIZEREM NADA. Para liberação, é necessário que o valor da compra no shopping onde estacionou seja 10 vezes maior que o valor do estacionamento. Exemplo: Se o valor do estacionamento é de R$3,00 (três reais) e você gastou R$30,00 (trinta reais) no shopping, com qualquer coisa, alimentação, roupa e outros. Exija o cupom fiscal e apresente ao caixa do estacionamento. Eles terão que carimbar e validar o ticket,sem você precisar gastar nada mais.
Espalhem a informação, pois os shopping’s jamais farão publicidade disso. A não a gente,...claro!  Veja a imagem acima.


Cícera Maria

Paraguay: Un golpe largamente planeado


Un Parlamento en manos de los viejos partidos oligárquicos, un Poder Judicial funcional al capitalismo mafioso y un Presidente débil pero que acabó con seis décadas de reinado colorado’ el plan de un golpe de Estado soft, al estilo del que en Honduras sacó del poder a Manuel Zelaya en 2009, estaba desde hace años a la espera del momento justo.
Justamente a fines de 2009 -a un año de la asunción de Fernando Lugo- se comenzó a hablar de un juicio político por parte del Congreso, en el que el Presidente casi no tiene representación, en complicidad con el vicepresidente Federico Franco, del Partido Liberal Radical Auténtico. En ese entonces escribimos un artículo – Paraguay, ¿una nueva Honduras? www.rebelion.org/noticia.php?id=94901 - en el que dijimos: “Posiblemente, la derecha paraguaya haya aprendido de los gorilas hondureños que no es bueno sacar a Lugo en pijama, de madrugada, y enviarlo a algún país vecino en un ‘avión pirata’, pero eso no conduciría necesariamente a dejar de lado sus ambiciones desestabilizadoras sino, simplemente, a ser más cuidadosos”.
La política luguista del “Mbytetépe poncho jurúicha” (ubicarse en el centro, como la boca del poncho) no ahuyentó a los fantasmas que la burguesía paraguaya se hace sobre un tránsito de Paraguay hacia el “comunismo” de Chávez, Evo y Correa. En ese entonces, la razón en la que la derecha fundamentó el pedido de juicio político era tragicómica: que Lugo había afirmado que los ricos se oponen al proceso de cambio.
Lugo dijo exactamente: “Los que genuinamente quieren cambiar el país son los que no tienen cuentas bancarias, son los que no salen cada día en las páginas sociales de la prensa… Los que quieren seguir mirando el pasado en sus privilegios’ en defensa de sus cajas de ahorros en bancos internacionales, ellos no quieren cambiar”.
¿Discurso inofensivo? Puede ser, pero no en Paraguay. Las reacciones fueron insólitas: el ex candidato presidencial Pedro Fadul, del partido Patria Querida, tildó de “criminal” el contenido del mensaje de Lugo debido a su carácter “confrontacional”, que “daña el alma y el espíritu”. Curiosa, en cualquier caso, la capacidad de indignación del “espíritu” de una élite que convivió sin la menor indignación con las peores desigualdades del continente.
Por su parte, el analista Carlos Redil comentaba: “Lugo hizo un discurso incendiario incentivando la lucha de clases y la oposición no podía quedarse callada”. Redil creía, “por ahora”, que no estaban dadas las condiciones para un juicio político. “Por ahora’”.
En ese entonces se conoció un mail del ganadero chileno Eduardo Avilés, residente en Paraguay hace más de 30 años, en el que pedía una contribución entre su pares empresariales para comprar armamento, formar escuadrones e identificar y liquidar comunistas . “Ya es la hora de ponernos los pantalones largos. Hasta cuándo tenemos que esperar para combatir a estos comunistas hijos de puta, que están queriendo destruir nuestro querido Paraguay, como lo hicieron los allendistas en Chile”, decía.
El anticomunismo es moneda corriente en Paraguay. El dictador Stroessner dijo que su país era “el más anticomunista del mundo” junto a Taiwán, uno de sus principales aliados. Los negocios -políticos y monetarios- entre ambas naciones están bien documentados en el apasionante libro El Paraguay de Stroessner, de Rogelio García Lupo, que contiene un largo detalle del anecdotario sangriento de las décadas de reinado del dictador.
Cualquier reforma social, por mínima que sea, activa el anticomunismo latente de una de las más rancias oligarquías de la región. Hacer un simple catastro de las propiedades agrícolas -para no hablar de una reforma agraria- ya es una medida revolucionaria en Paraguay, donde entre terratenientes nativos y brasiguayos (hijos de brasileños nacidos en Paraguay) controlan sus haciendas a punta de escopeta.
El momento de hacer el golpe de Estado llegó tras la masacre de 17 campesinos y policías el pasado 15 de junio. “La constante confrontación y lucha de clases sociales, que como resultado final trajo la masacre entre compatriotas, es un hecho inédito en los anales de la historia desde nuestra independencia hasta la fecha, en tiempo de paz”, decía una parte de los cargos para el juicio político exprés que busca, tras sacar al Presidente, restaurar el viejo orden apenas erosionado por la gestión de Lugo.
www.paginasiete.bo









Qual a consequencia disso para nós? O que isso é importante para os brasileiros?






Presidente brasileira sinalizou que poderá haver sanções contra o novo governo paraguaio: “Disso sai uma consequência”; governo vizinho poderá ser excluído de organismos multilaterais, como Unasul, OEA e Mercosul







No dia de encerramento da Rio+20, a presidente Dilma Rousseff estava visivelmente irritada com a questão paraguaia, que acabou ofuscando a conferência ambiental. Numa rápida entrevista antes do encerramento do encontro, a presidente falou sobre o assunto, sinalizando que o país poderá sofrer sanções de seus vizinhos sul-americanos. “Disso sai uma consequência”, disse a presidente Dilma Rousseff.
Na visão dos diplomatas brasileiros, o que ocorreu no Paraguai foi um golpe branco. O pretexto foi o assassinato de camponeses numa zona rural. Dilma, que enviou o chanceler Antônio Patriota a Assunção, falou sobre a questão democrática no continente. “Nós passamos por um processo muito doloroso de golpe, passamos por um processo de retomada da democracia”, disse a presidente. “Dar valor a ela é algo muito importante”.
No Paraguai, o presidente Fernando Lugo aceitou a decisão do Congresso, que impôs seu impeachment num processo relâmpago, mas pesquisas internas apontam que mais de 65% da população condena a deposição.
Chanceleres de 12 países sul-americanos avaliam a possibilidade de propor a exclusão do Paraguai de organismos multilaterais como a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), da OEA (Organização dos Estados Americanos) e do próprio Mercosul. Todas essas entidades têm cláusulas democráticas, que impõem a seus membros o respeito ao devido processo legal. Dilma falou sobre essa hipótese. “Posso dizer o que está previsto no protocolo, que é a não participação nos órgãos multilaterais".
FONTE:http://palanquecapital.com.br/4269/Dilma-Dar-valor-a-democracia-e-importante-/

E vocês, o que entenderam? O que acham?





Atenção!

Após lerem as postagens, escrevam suas opiniões, suas reflexões. Lembrem-se que nao serão aceitos comentários que sejam destrutivos, com palavras de baixo calão, ou ofensas pessoais, etc; estes tipos de comentários  não serão levados em consideração e serão imediatamente tirados,  excluídos.

Sejam mais espertos e participem de forma construtiva, sugerindo algo positivo, ou se não tiverem sugestões, apenas, expressem suas dúvidas e a medida do possível elas serão tiradas ou não conforme seus desejos.

LEMBREM-SE MAIS UMA VEZ: VIVEMOS NUMA DEMOCRACIA, NUMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO, MAS TUDO ISSO REQUER RESPEITO, AUTO RESPEITO E RESPONSABILIDADE.




Cícera Maria

A POLÍTICA e a EDUCAÇÃO


Precisamos estar atentos ao que acontece ao nosso redor e isso inclui acompanhar noticias a respeito do que ocorre na política. Nós vivemos num mundo em que tudo é ligado como redes intermináveis de relacionamentos e tudo que acontece em uma parte, acaba de alguma forma influenciando outra parte. É natural, é assim na natureza; se as geleiras que ficam lá nos polos começam a derreter, a consequencia imediata será o aumento de volume de água nos mares, rios, lagoas e lagos e isso pode causar enchentes, com a destruição em primeiro momento das cidades próximas ao litoral, a beira de rios, lagoas e... Bom, por aí dar para se ter uma ideia de como tudo estar interligado e é assim com a política. O que essas pessoas fazem lá nos plenários, essas pessoas que você, eu, nós colocamos lá por meio de votos; o que elas fazem nos traz consequencias.
Se eles resolvem aumentar a cobrança de impostos dos agricultores, estes ficam com problemas de pagar, não conseguem plantar e a produção de alimento cai, a consequencia será a falta de ofertas no mercado.  A procura aumenta e não a oferta, ou seja, "a lei da oferta e da procura", se não ha equilíbrio, os preços aumentam e há mais retiradas do banco e... Mais uma vez, o círculo recomeça.
Temos que estar atentos, não pensando  só nos prejuízos, mas nos lucros também. Um povo mais informado, que adquire mais conhecimentos têm mais poder. Será que um dia esse povo brasileiro vai dar valor ao conhecimento, aos estudos tanto quanto for necessário para não deixar se levar por pessoas como estes políticos populistas, que estão ainda no poder?
Veja a notícia abaixo:
 Domingo, 24 de Junho de 2012   |   ISSN 1519-7670 - Ano 16 - nº 699


MÍDIA, POLÍTICA E JUDICIÁRIO

Reflexões sobre a conjuntura política

Por Marlos Mello em 19/06/2012 na edição 699

O país ganhou um novo personagem desde a divulgação da prisão de Carlinhos Cachoeira. Mas ao contrário das novelas e filmes, onde os personagens são fictícios e apenas ocupam o imaginário social das pessoas por um tempo, na vida cotidiana, em tese, deveria ser diferente. Partindo de algumas questões principais queremos refletir sobre a conjuntura política brasileira. As perguntas que motivam essa reflexão são as seguintes: há um desencantamento com a política? O que “move” a política no Brasil? Mídia e política ou mídia e judiciário?
No Brasil, de acordo com os últimos acontecimentos políticos, há uma tendência a acreditarmos que toda a midiatização do caso Cachoeira não resultará em nenhuma ação prática por parte dos órgãos responsáveis pelo controle e fiscalização da gestão dos bens públicos. Esse é um fenômeno que tem sido chamado de desencantamento com a política. Sinceramente, não creio que vivamos uma era de desencantamentos com a política. O que talvez estejamos presenciando é a naturalização da política calcada nas aparências, na onda do vem quem quer, das práticas viciosas de quem já se acostumou a ter o poder nas mãos e acha que pode fazer o que bem entender e ainda se irritar se alguém ousar questionar.
Na minha opinião, há um processo contínuo de liquidação de julgamentos que partem do desvairamento de certos políticos que se juntam a autoridades do poder judiciário, catedráticos de universidades, apresentadores e comentaristas de política e formam uma estranha e poderosa classe de figuras soberbas e tendenciosas que no mundo político, mais do que na vida cotidiana, expressam uma covardia íntima. Trata-se do maior dos males: o conformismo, que é a forma mais vulgar de covardia.
Dispersão da ética
Para certos políticos, juízes, catedráticos, apresentadores e comentaristas, a regra é ser conivente com o determinismo do capitalismo. Para esses, julgar o que é melhor para alguns às custas de todos é muito fácil, pois é nesse processo que os seres humanos são transformados em meros espantalhos determinados por condições materiais inexoráveis. Daí, a base das políticas neoliberais: nada pode atrapalhar o crescimento econômico.
Atualmente a ordem natural da política brasileira é induzir por deduzir a fim de concluir. Porém, o verdadeiro “motor” da desconstrução de valores éticos e morais é o capitalismo moderno, ou seja, a lógica da competição que capturou até os que se diziam incapturáveis ou, possivelmente, disfarçavam muito bem.
Mas há mais do que isso; e gostaríamos de frisar essa parte do texto.
A desconstrução dos valores éticos na política brasileira não foi somente obra dos políticos, embora esses também tenham participado do ataque à democracia. Mas já é tempo de sermos claros e reais em nossos posicionamentos: a dispersão da ética, a competição desenfreada e a soberba de certos políticos está associada à materialização de como a atual política brasileira foi se construindo teoricamente nos laboratórios e departamentos das universidades, nas reuniões promovidas pelos “chefões” do capitalismo burguês e nos porões dos jornais que foram criados para sustentar a opinião dos abastados.
Relação mídia e política
No Brasil, a soberania política está associada/comprometida a um conceito acadêmico e não com a convicção política, ou seja, com a defesa do bem comum, principalmente, no resguardo dos direitos individuais à vida e ao prazer.
A materialização da política está associada a uma questão teórica, e não prática. A formação de políticos tem permanecido alheia à gestão pública e ao debate orgânico sobre os sistemas de estruturação gerencial. Essa contradição entre a formação política e a prática tem se mostrado absolutamente impermeável ao controle social, que deveria ser a “espinha dorsal” do modelo oficial brasileiro registrado na Constituição de 1988. Justamente o modo como se estruturam e são gerenciados os partidos políticos configuram um dos grandes “nós” das mudanças que se espera numa possível e necessária reforma política.
As movimentações de proporções bíblicas de como se formam as figuras míticas da política brasileira aparecem estampadas nas manchetes de jornais e revistas. Para os telespectadores de estômago forte há os canais que foram criados para reproduzir as sessões do parlamento e a própria “CPMI do Cachoeira”, que tem funcionado como uma espécie de vitrine dos políticos dedicados à atividade de provar que estão fazendo mais e roubando menos; uma aventura interessante baseada num princípio malufista: “rouba, todavia, contudo, mas faz”.
A relação mídia e política têm se pautado na proposta da oferta e da procura, mas isso não é de hoje. Há vários relatos em livros e em estudos consagrados que mostram a promiscuidade da relação entre os barões da mídia e os políticos, isto é, quando estes não são os mesmos barões da mídia.
Os agravantes da CPMI
Mas há um fato novo que tem se destacado e pode ser analisado: aparentemente, os barões da mídia estão num profundo “namoro” com a instância judiciária e é dessa relação que tem surgido uma sucessão de mudanças na busca por acomodar as novas forças que se constituem. Com a maioria dos políticos desmoralizados pelos escândalos, toma impulso a onda de denuncismo e oportunismo daqueles que controlam com base no poder da informação.
Retornando à pergunta original: mídia e política ou mídia e judiciário? Com o descrédito da política, cresce a imagem do poder judiciário. Antes, as notícias em relação ao terceiro poder eram mera falta de assunto e os ministros do STF nem eram conhecidos. Mas atualmente a coisa tem sido diferente. Sem dúvida, a instância jurídica (ministros, juízes, procuradores, promotores etc.) ganhou um espaço de visibilidade importante, o que justifica a tese de que os barões da mídia agora andam de mãos dadas com o judiciário. Mas há agravantes nisso tudo; primeiro, o tão aguardado julgamento do “mensalão” e, segundo, a “CPMI do Cachoeira” que corre solta.
Entre as múltiplas realidades da “CPMI do Cachoeira” há uma que se destaca: Cachoeira, que falou muito nas gravações telefônicas, hoje está tímido e quase não fala. Os abastecidos por esse grande esquema de corrupção que envolveu vários personagens das mais diferentes cúpulas e das mais diversas personalidades expressam um silêncio atroz que chama a atenção.
Um período para reflexão e debate
A casa de Cachoeira não era um comitê de campanha. Era uma extensão das suas empresas. Mas ali já estavam trabalhando dezenas de profissionais das mais diversas especialidades, cada qual recrutado de uma forma diferente, tanto advindo de uma contratação da esfera privada quanto da pública. São provas de que para a corrupção não há limites.
Nesse lento e assíduo trabalho de decomposição social da política brasileira tem cabido infelizmente a população a pior parte. A moralidade deixara de guiar-se por princípios isentos de interesses particulares. A virtude não é mais referendada pelo bom gerenciamento da coisa pública, mas pelo cálculo do que é lucrativo aos negócios próprios. Nessa conjuntura, por enquanto, nenhum político recebe de bom grado a fama de corrupto e um sentimento de nostalgia impregna a tão sofrida política brasileira, mas queremos crer que a “angústia” gerada pela decomposição dessa política não seja motivo para tratar a CPMI como um mero infortúnio da contemporaneidade.
Nesse perambular em busca de referências para escrever este artigo, encontramos Kant, que em 1783 sustentou a ideia de que é cômodo para a maioria das pessoas permanecer na situação em que estão e atribuir aos outros a direção de suas vidas. Apesar de clássica, a afirmação de Kant não é por acaso, pois ela nos provoca a sair da mesquinha contemporaneidade e, nesse período que nos coube viver, é fundamental adquirirmos força para enfrentar os desafios da política brasileira, que se encontra conformada ao modelo burguês, que é sempre acompanhado da constatação da impossibilidade de se superar a lógica do mercado.
Encerramos este artigo sem ter uma conclusão a apresentar, mas acreditamos que está se abrindo um período importante para a reflexão e o debate entre aqueles que persistem no caminho da transformação social.
***
[Marlos Mello é psicólogo, Porto Alegre, RS]











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Sejam mais espertos e participem de forma construtiva, sugerindo algo positivo, ou se não tiverem sugestões, apenas, expressem suas dúvidas e a medida do possível elas serão tiradas ou não conforme seus desejos.

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Cícera Maria

quarta-feira, 20 de junho de 2012

PARA REFLETIR


Você já parou algum dia para pensar como funciona uma colméia? Já se deu conta de que nela tudo é ordem, disciplina, preocupação pelo todo?

A colméia é formada por células de cera, que se contam aos milhares. Em algumas dessas células existem ovos ou larvas de abelha. Outras servem como depósitos de pólen e de mel. Essas são os favos de mel.

Numa colméia podem existir até 70 mil abelhas, que exercem diferentes funções.

As operárias são as que alimentam as larvas, cuidam da colméia, trazem comida para todos os habitantes da comunidade. Elas começam como faxineiras, limpando as células onde estão os ovos. Depois produzem a geléia real que serve para alimentar as abelhas mais jovens e a rainha. Também trabalham como babás alimentando as abelhinhas mais crescidas com pólen e mel.

Com dez dias de vida elas se tornam construtoras. Começam a produzir cera, que lhes permite construir e remendar as células da colméia.

A rainha tem como tarefa botar ovos, dos quais sairão as operárias, os zangões e as novas rainhas. No verão chega a botar em um só dia 1.500 ovos.

O zangão, desde que nasce, tem por tarefa a procriação com a rainha. Depois morre.

Tudo na colméia reflete ordem, equilíbrio.

As operárias são também as que saem da colméia para buscar a matéria prima de que necessitam. Estranhamente, elas nunca se enganam no caminho de volta para casa, para onde retornam com sua preciosa carga.

Embora sua vida seja curta, de cinco semanas apenas, elas não se cansam de trabalhar, sem cansaço, pelo bem-estar de toda a equipe.

Podemos pensar na família como uma colméia racional. Cada um tem sua tarefa a cumprir, visando o crescimento da pequena coletividade, como exige o lar.

E todos são importantes no desempenho do grupo doméstico.

É no seio da família, na intimidade do lar, que se vão descobrir operárias incansáveis, trabalhando sem cessar, não se importando consigo mesmas. Em constante processo de doação.

É na família que se aprende a transformar o fel das dificuldades, as amarguras das incompreensões no mel das atenções e do entendimento.

É ali que se exercita a cooperação. Afinal, como a família é uma comunidade, há necessidade de ajuda mútua.

Quando a família enfrenta as dificuldades com união, cresce e supera problemas considerados insolúveis.

Para que a família progrida no todo, cada um deve se conscientizar de sua tarefa e realizá-la com alegria.

É por este motivo que as crianças devem ser incentivadas, desde cedo, a pequenas tarefas no lar.

Retirar os pratos da mesa, lavar a louça, aquecer a mamadeira do menorzinho.

Renúncia a um pequeno lazer para satisfazer o outro. Nem que seja somente a satisfação da companhia ou de um diálogo amistoso.

Se na colméia familiar reinar o amor, conseguiremos com certeza ter elementos para uma atuação segura, verdadeiramente cristã, junto à família maior, na imensa colméia do mundo.

***
A família é abençoada escola de educação moral e espiritual. É oficina santificante onde se burilam caracteres. É laboratório superior em que se refinam ideais"

.Fonte: Momento de Reflexão

terça-feira, 19 de junho de 2012

100 anos de JORGE AMADO



GENTE EM FOCO
Veja entrevistas anteriores no final da página
JORGE AMADO
 "Eu sou um escritor de muita sorte.
Eu tive mais da vida do que mereci, do que pedi.
A começar pela companheira que tive, pela minha mulher, pelos meus filhos, pelos irmãos que tenho, gente da melhor qualidade.
Sou um homem muito feliz com a vida."
"Sem pressa, o padre Luiz Gonzaga Cabral foi devolvendo as redações que encomendara aos seus alunos da quarta série primária.
O ano era 1923 e a cena acontecia numa sala do Colégio Antônio Vieira, em Salvador. Após alguns minutos, sobrou nas mãos do padre Cabral uma folha.
Ele dirigiu-se então para a frente da turma e anunciou que leria em voz alta a redação que mantinha consigo, pois o texto, intitulado simplesmente "O mar" - era este o tema do exercício - chamara-lhe muito atenção.
"Este vai ser escritor", sentenciou, convicto, após a leitura. Nem o padre Cabral, nem o tímido porém orgulhoso autor de "O mar", na época com 11 anos de idade, poderiam supor o quanto seria certeira aquela previsão."
( transcrito do Cadernos de Literatura Brasileira)
O primeiro filho de João Amado de Faria e Eulália Leal, nasceu em 10 de agosto, de 1912, na fazenda Auricídia , em Itabuna.
JORGE AMADO, este é o nome daquele talentoso aluno do Colégio Antônio Vieira, que se tornou um dos mais populares escritores brasileiros de todos os tempos.
PRIMEIRA AVENTURA
Quando terminou o período de férias, Jorge Amado se despediu do pai em frente ao colégio, e, ao se certificar de que estava sozinho, em lugar de entrar no colégio, deu meia volta, e simplesmente fugiu.
Durante várias semanas, atravessou o sertão baiano até chegar a Itaporanga, em Sergipe, onde residia seu avô paterno, José Amado. O tio Álvaro, irmão de João Amado, acabou com a aventura do guri levando-o de volta à fazenda paterna.
"Eu acho que aquela fuga teve um papel fundamental na minha vida. Tudo partiu daí. Ela me abriu perspectivas, já que me possibilitou conhecer outros lugares, outras pessoas. As viagens foram sempre uma boa fonte de alimentação da minha obra."
Em 1930 veio para o Rio de Janeiro estudar e travou conhecimento com pessoas importantes da literatura, como Vinícius de Moraes, Otávio de Faria. O livro "Lenita" é editado por A. Coelho Branco Filho.
A ESTRELA COMEÇA A BRILHAR
Em 1931, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, entre os primeiros colocados e, neste mesmo ano a Editora Schmidt publicou seu primeiro romance, O país do Carnaval, com prefácio de Augusto Frederico Schmidt, e tiragem de mil exemplares.
O livro foi muito bem recebido pela crítica e também conquistou grande sucesso de público. Dois anos depois, mais outro livro seu é lançado pela Ariel Editora, do Rio, que publica Cacau, com tiragem de dois mil exemplares com capa e ilustrações de Santa Rosa. Novo sucesso de vendas, o livro esgota-se em um mês.
Em dezembro casou-se com Matilde Garcia Rosa, em Estância, Sergipe. Juntos, eles lançaram o livro infantil Descoberta do Mundo, pela mesma Editora Schmidt.
O ano de 1935 foi marcado por importantes acontecimentos: nasceu a primeira filha Eulália Dalila Amado, o livro Cacau é publicado em Buenos Aires, sendo o primeiro de seus livros a ser traduzido.
Logo em seguida Cacau e Suor foram lançados em Moscou. E, para completar este rico ano de 1935, Jorge Amado formou-se em Direito.
O GOLPE E SUAS CONSEQÜÊNCIAS NA LITERATURA
Seus ideais ligados à luta contra as diferenças sociais e a conseqüente ligação com partidos políticos de esquerda levaram Jorge Amado a sofrer sua primeira prisão, no Rio, em 1936, por motivos políticos, acusado de participar do levante chamado de "Intentona Comunista", ocorrido em novembro do ano anterior, em Natal.
A abundância de fatos tristes e alegres acontecendo ao mesmo tempo na vida do escritor é uma das características de sua trajetória, e o livro Mar Morto, neste mesmo ano, recebeu o prêmio Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras.
Em 1937, viaja pela América Latina e mais tarde vai aos Estados Unidos. Quando voltou ao Brasil, chegando a Belém, foi avisado pelo escritor paraense Dalcídio Jurandir do golpe de Getúlio Vargas e foi obrigado a fugir para Manaus, mas lá foi preso.
Seus livros, foram queimados em plena Salvador por determinação da Sexta Região Militar, por serem considerados subversivos, entre eles Capitães da Areia.
Capitães da Areia, escrito há mais de sessenta anos, aborda um tema que é atualmente um dos maiores problemas sociais do país. Jorge Amado não fazia idéia de que aquela comovedora história antecipava a grande tragédia de hoje.
"Com o tempo, fui acompanhando o agravamento da situação dos nossos meninos, mas na época em que lancei o romance eu não tinha consciência de que ali estava um problema que lamentavelmente se agravaria tanto", lastima-se.
Em 1938 foi libertado, mudou-se para São Paulo e morou com Rubem Braga, por pouco tempo, pois logo no ano seguinte já estava de volta ao Rio assumindo intensa atividade política.
Foi em 1941 que resolveu escrever o livro sobre a vida de Luiz Carlos Prestes, com a intenção de conseguir a anistia do jovem revolucionário.
O livro só foi publicado em 1942, mas em espanhol, em Buenos Aires, e vendido, de forma clandestina, aqui no Brasil.
Jorge Amado voltou ao Brasil, e foi preso em Porto Alegre e, depois de passar pelo Rio, foi enviado pra Salvador, onde ficou confinado.
Dois anos depois desquita-se de Matilde.
PRIMEIRO ENCONTRO
Em janeiro de 1945, num jantar na boate Bambu, conheceu o grande amor de sua vida e sua grande companheira até hoje, Zélia Gattai.
Em julho do mesmo ano, os dois já moravam sob o mesmo teto.
Com 15.315 votos foi eleito deputado federal pelo PCB - Partido Comunista Brasileiro - assumiu o mandato em 1946 na Assembléia Constituinte, e ficou morando na Capital Federal, no Rio de Janeiro.
As emendas de sua autoria sobre a liberdade de culto religioso e a que dispõe sobre direitos autorais são aprovadas.
Em 1947 nasceu o filho João Jorge. O PCB teve o registro cancelado em 1948. Jorge Amado teve seu mandato cassado, seus livros e todos os seus trabalhos literários foram considerados subversivos.
Numa atitude voluntária, partiu para o exílio em Paris. Enquanto isso, sua casa no Rio era invadida pelos agentes federais que confiscaram todos os documentos, livros e fotos.
As coisas não corriam como Jorge Amado idealizara ao longo de sua carreira política e, hoje, ele analisa as suas idéias com determinação, mas sem radicalismo:
"Tive muitas hesitações, o tempo todo. Deus me livre de dar a impressão de que faço algo sem hesitar, sem medo de errar. Tenho muito medo de errar e com certeza errei muito. Só que procurei me manter sempre dentro de uma mesma rota. As maiores esperanças, como o socialismo, não sucumbiram. Eu continuo acreditando que haja possibilidade dos ideais de igualdade social avançarem."
Logo após a invasão a sua casa, Zélia e o filho João Jorge partiram para Gênova, Itália, e depois foram com Jorge Amado morar em Paris.
Foi nesta ocasião que o escritor travou amizade com Jean-Paul Sartre, Picasso e outros ilustres da literatura e da arte mundial.
Na Polônia participou do Congresso Mundial de Escritores e Artistas pela Paz.
As aproximações e as amizades que se concretizaram com as célebres figuras daquela época, trouxeram-lhe bons momentos e boas influências:
"Eu me sentia muito à vontade com todos eles. Me sentia natural, mas ao mesmo tempo orgulhoso de conviver com eles. Todos eram sobretudo muito agradáveis. E eu só pude me enriquecer, em todos os sentidos, estando ao lado daquelas pessoas..."
A experiência do exílio para o nosso grande escritor também é encarada de forma positiva:
" ...O exílio limita, mas existe nesta situação uma coisa muito positiva também. A gente não pode dizer apenas: "Eu estive exilado, foi uma desgraça". É falso. Até mesmo para suportar você acaba procurando tirar vantagens daquela situação... E na volta a gente vê um país engrandecido, sempre, certamente. A distância engrandece..."
"Eu sempre procurava pensar que a ditadura era passageira. Por mais largo que fosse o tempo de duração dela, eu me esforçava para lembrar que ela não continuaria se impondo ao país pelo resto da vida."
Por motivos políticos, em 1950 o governo francês expulsou o escritor e sua família do país.
A família se mudou então para Dobris, Tchecoslováquia, no castelo da União dos Escritores.
Em 1951, escreveu o romance tripartido Os Subterrâneos da Liberdade (Os ásperos tempos, Agonia da noite e A luz no túnel).
No Brasil, o livro O mundo da paz, é editado pela Editorial Vitória, do Rio, pelo qual Jorge Amado foi processado e seria enquadrado na lei de segurança.
Em compensação, nasceu em Praga sua filha Paloma. E o autor recebeu o prêmio internacional Stalin, em Moscou.
Voltou ao Brasil com a família, em 1952, para o apartamento do pai, no Rio de Janeiro. Seus advogados João Mangabeira e Alfredo Franjam fizeram sua defesa no processo motivado pelo livro O mundo da paz.
O juiz responsável pelo caso arquivou o processo, alegando que o livro "é sectário e não subversivo".
Quase todos os acontecimentos na vida do nosso Jorge Amado apresentam contrastes de alegria e tristeza; foi assim que nem saboreou a vitória no processo.
O escritor foi informado de que estava proibido de entrar nos Estados Unidos e que seus livros também foram vetados, por causa da lei anticomunista, naquele país.
Em 1953, viajou para Europa, Argentina e Chile. Mas se sentiu obrigado a voltar ao Brasil para rever o amigo Graciliano Ramos, Presidente da Associação Brasileira de Escritores, quando soube que ele estava doente. O amigo morreu pouco depois da sua chegada.
Jorge Amado fez então o discurso de despedida à beira do túmulo de Graciliano, a quem substituiu na cadeira da Presidência.
A ESTRELA CONTINUA A SUBIR
Petrópolis foi o lugar escolhido para morar e escrever Gabriela, Cravo e Canela, em 1959. O livro foi publicado em agosto e os primeiros 20 mil exemplares se esgotaram em apenas duas semanas, mais de 50 mil exemplares foram vendidos até dezembro.
Gabriela conquistou diversos prêmios entre eles o Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro; Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, e Luiza Cláudio de Souza, do Pen Club. Gabriela Cravo e Canela ultrapassou o número de 100 mil exemplares vendidos.
Na sua coleção de troféus e títulos ele guarda o de Obá Orolu, um dos mais altos do candoblé já concedidos pelo Axé Opô Afonjá. "Obá representa um dos 12 ministros de Xangô" ensina Jorge Amado.
Sobre a realidade e a ficção, em suas obras ele nos afirma: "Convivem sempre, não é? Uma coisa nunca está separada da outra. Elas se encontram, se desenvolvem juntas e assim seguem em frente. Nesse sentido, eu não acredito na idéia de uma ficção pura."
Com seu fôlego imbatível, ele fundou a Academia de Letra de Ilhéus naquele produtivo ano de 1959.

VESTINDO O FARDÃO
      No dia 6 de abril de 1961, em primeiro escrutínio, Jorge Amado é eleito para a cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, que pertencia a Otávio Mangabeira. A posse na ABL acontece no dia 17 de julho. É recepcionado por Raimundo Magalhães Jr.
Pra confirmar que nada na vida desse nordestino acontece isoladamente, no mesmo mês, estreou na TV Tupi do Rio de Janeiro, a adaptação de Gabriela feita por Antônio Bulhões de Carvalho e com direção de Maurício Sherman. Janete Vollu de Carvalho fez o papel da Gabriela e o personagem Nacib coube a Renato Consorte. De quebra, a Metro Goldwin Mayer comprou os direitos de adaptação de Gabriela para o cinema.
FAMA E O SEU LADO BOM
Tais fatos lhe trouxeram uma grande soma de dinheiro.
Foi assim que ele comprou um terreno em Rio Vermelho, na periferia de Salvador e começou a construir a sua casa.
Tempos depois, conseguiu recomprar do estúdio cinematográfico americano seus direitos sobre o romance Gabriela.
O maior sucesso do escritor na TV, aconteceu em 1975, com a adaptação de Walter George Durst do romance "Gabriela, Cravo e Canela", levada ao ar pela Rede Globo, com direção de Walter Avancini. Sônia Braga interpretou Gabriela e Armando Bogus foi o Nacib.
Jorge Amado nos fala sobre as adaptações de seus romances para a TV:
"Em geral, não assisto. Isso porque eu acho que qualquer adaptação de obra literária é uma violência contra o autor. Eu aceito que meus livros sejam adaptados até porque isso ajuda a difundi-los - as telenovelas têm uma popularidade imensa. Mas é uma violência. Gabriela, por exemplo. Eu parei de ver no terceiro ou quarto capítulo porque eles fizeram o Nacib saber que não era brasileiro. No livro ele nunca descobre isso. Eu me senti ofendido. Foi pior do que estabelecer uma ascendência italiana para ele. Para não passar por essas coisas, agora eu prefiro nem começar a ver as adaptações."
"Dona Flor e Seus Dois Maridos", filme de Bruno Barreto, com Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça, teve sua estréia no cinema em 1976. Após três meses de exibição, o filme bateu recorde de bilheteria: dez milhões de espectadores.
No embalo do sucesso, no ano de 1976, começou a escrever na Bahia, "Tieta do Agreste", que só foi concluído em Londres, em 1977, com enorme campanha publicitária.
Jorge Amado fala sobre a necessidade que as pessoas têm de ler romances e a necessidade que ele tem de escrever:
"Elas precisam sair da realidade estreita em que vivem e se lançar numa coisa mais ampla. O romance é uma oportunidade para isso."
"A gente não escreve porque quer, escreve porque a idéia se impõe".
"O autor, no início, não conhece bem seus personagens, não sabe do que eles são capazes. O personagem é concebido e realizado aos poucos. Chega então uma hora em que ele se impõe e não fica mais na mão do autor. Ele ganha vida real, como uma pessoa mesmo, e é preciso respeitar isso."
O escritor afirmou ainda: "Se o romance presta e o romancista é capaz, quem comanda o romance é o personagem e não o autor."
No dia 13 de maio de 1978 Jorge Amado e Zélia Gattai celebram a cerimônia oficial de casamento na casa do pintor Calasans Neto, na tão cantada Itapuã.
NA SAPUCAÍ
Como não poderia deixar de ser, foi enredo da Escola de Samba Império Serrano, em 1989, com "Jorge Amado, Axé, Brasil". Jorge Amado participou do desfile, na Marquês de Sapucaí, levantando a avenida em total empolgação.
Em 1992, a rede Globo apresentou a minissérie Tereza Batista , tendo Patrícia França como protagonista. Mais um sucesso para sua biografia de escritor.
O ano de 1992 foi marcado por inúmeras homenagens pelos seus 80 anos, em todo o Brasil, mas principalmente na Cidade de Salvador, que apresentou debates, exposições e diversos shows no Pelourinho. A Fundação Casa de Jorge Amado publicou o livro "Jorge Amado: 80 Anos de Vida e Obra". Edição preparada por Maried Carneiro e Canelas Rubim. Sua filha Paloma, e Pedro Costa ficaram responsáveis pela revisão.
Em julho de 1996, foi a vez de comemorar os 80 anos de Zélia que acumulou ao longo do casamento o papel de mulher, de digitadora, de crítica e de colaboradora de suas obras, além de se tornar colega de profissão, pois revelou-se também uma conceituada escritora.
Em outubro do mesmo ano, foi submetido a uma angioplastia, coroada de sucesso e marcada pela mobilização nacional. Todos os santos católicos, e todos os ritos religiosos afro-brasileiros, do candomblé à umbanda, foram evocados.
Ao sair do hospital o escritor, ainda convalescendo, declara com energia: "Em breve retomarei as minhas atividades."
Jorge Amado mostra sua maneira de pensar sobre a convivência com o sucesso, a manifestação popular e como tudo isso interfere na sua vida particular:
"Tem o lado bom, porque você sempre se sente amparado. Agora mesmo, tive esse problema no coração e me chegaram caixas e caixas de remédios do Brasil todo, mandadas por pessoas simples, que só queriam me ajudar. Eu sou muito sensível a isso. Mas, esse reconhecimento também é algo que perturba bastante - isto de saber que qualquer coisa que eu disser ou fizer terá uma conseqüência maior, essa sensação de que os olhos de muita gente estão voltados para você. No final das contas, isso limita muito minha liberdade."
O romance Tieta do Agreste também virou tema de carnaval. Jorge Amado e Zélia assitiram de camarote, na Praça do Campo Grande, o desfile do bloco Amigos do Amado Jorge, tendo a frente o grande amigo e compositor Caetano Veloso.
A IMPORTÂNCIA DO PRÊMIO NOBEL
O mais popular escritor brasileiro comenta sobre literatura e dá seu depoimento sobre o Prêmio Nobel de Literatura:
"O Prêmio Nobel tem muita fama, mas essa coisa de que tem importância é muito relativa. ...O Brasil já devia ter tido o Prêmio Nobel há muitos anos. Alguns brasileiros morreram sem ter ganho o Prêmio Nobel, o que foi uma grande injustiça.
Eu me bati por Drummond a vida toda. Gilberto Freyre merecia o Prêmio Nobel, Guimarães Rosa, Érico Veríssimo, todos estes quatro nomes que estou citando mereciam ganhar o Prêmio Nobel, e estou falando de gente mais recente.
Acho que o Brasil merecia, já devia ter tido, e mais dia, menos dia, terá, não serei eu, certamente, sempre achei esse negócio, do meu ponto de vista, uma chatice.
Tem gente que me vem e diz: e o Prêmio Nobel? Cadê? Se eu fosse membro da Academia de Ciências da Suécia, não votaria em Jorge Amado. Eu acho que não mereço.
É verdade. É o que acho. Agora, a literatura brasileira merece, isso é outra coisa. Eu sou um modesto escritor baiano, um modesto romancista baiano, e um romancista de muita sorte, não nego a realidade.
Conhecido mundialmente, sou traduzido em 48 línguas, com um público na Itália enorme, um público de língua espanhola enorme.
Eu sou um escritor de muita sorte. Eu tive mais da vida do que mereci, do que pedi. A começar pela companheira que tive, pela minha mulher, pelos meus filhos, pelos irmãos que tenho, gente da melhor qualidade.
Sou um homem muito feliz com a vida."
RECADO AO JOVEM ESCRITOR
O romancista brasileiro, um dos mais lidos em seu país e no mundo, dá seu recado ao jovem candidato a escritor que almeja um bom futuro literário:
"Busque a verdade. Isso não quer dizer que você acertará na verdade sempre. Pode até não acertar nunca. Mas não deixe de ir atrás dela. E conte as coisas como elas são. Eu sou um contador de histórias, não sou outra coisa.
Eu venho e conto a minha história. Aquilo que eu sei e como sei. Isso é o que importa. Não seja demasiado ambicioso. Escrever exige muito do escritor e nem assim ele consegue fazer a coisa como desejaria."
Maria de Lourdes Micaldas
Fontes: Cadernos Literários da Literatura Brasileira
Instituto Moreira Salles, pesquisa na internet e jornais
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CICERA MARIA